AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
12 I:POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO sada em seguida pelas adesões da reconquista, e pelo ' afluir de gente estranha-·, vinda à cata dos proveitos que a guerra ao infiel prometia. Deste número foi o guerreiro borgonhês, que, no reinado de Afonso VI, governou o co"ndado pcrtucalense, e por meneios próprios da época feudal o separou da monarquia leonesa. O herdeiro do seu nome e do território foi o primeiro rei, que em cin– quenta anos de soberania alargou consideràvelmente o domínio paterno. Durante esse tempo várias vezes se deu o concurso ' de guerreiros de fora. Franceses, ingleses, flamengos, alemães, prestàram ao conquistador o braço armado, e muitos se deixaram fica,r na terra. Destarte, e desde a // primeira avançada, se foi formando, ·de pessoal na maior _ parte alheio ao solo, a classe militar ou da nobre2!ã'. O fundo da população, a gente trabalhadora, devia ser de .origem hispânica, com infiltrações de ,,Roma. Até que ponto instilado de sangue africano, principalmente no sul, em tantos anos de domínio, não será fácil averiguar~ Pontuado seín dúvida de reminiscências nórdicas, pela Íflvãsaa e sêflfiõfiô clôs l:n1 bãfôs . T uelí::l jí1 eõflfu fl.flielti> naquele agrupa.me to ~!Xml, que, a ~vé dõ período maotneta:no, conservou a fé herdada e distintas instieui– çõe , om o apelá ivo de moçárab ~s, Ainda mesmo ~ã parte norte do país, onde a ocupaç~ pelos mouros ~ão 1 foi durável, esse elemento se tornaria numeroso, por efeito da emigração voluntária para onde .se achavam os da mesma estirpe e crença, e daquela a que, nas suas corre– rias, os conquistadores forçavam os habitantes, levando-os em cativeiro. . Nos primeiros tempos troço de prófugos, que_bai– xavam das montanhas a saltear 0s arredores, ao diante
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