FREITAS, Joaquim Pedro Corrêa de. Ensaio de leitura: para uso das escolas da amazonia. Pará: [s.n.] 1910. 447 p.

-43- Um negociante de nome Domingos José Martins, na– tural da Bahia e educado na Inglaterra, era em Per– nambuco enthusiasta das instituições dos Estados– Unidos e prégador aos princípios liberaes mais exa– gerados. Estes factos occorriam nos primeiros mezes de 1817 e tornaram-se tão ameaçadores que o capitão general Montenegro reuniu em conselho a 5 de Março os offi.. ciaes portuguezes, que estavam no Recife e discutido o assumpto, foi decidido que se effectuasse a prisão de alguns militares e paizanos mais compromettido~. Esta resolução foi executada, sendo presos, sem op– posição, o ajudante do regimento de infantaria Ma– noel de Souza Teixeira, Domingos Martins e outros. Não aconteceu, porém, outro tanto com a prisão doca– pitão José de Barros Lima, a quem chamavam o Leão coróado, o qual, vendo ou fingindo vêr um insulto na reprehe~são que lhe fizera no acto da prisão o briga– deiro Barbosa, commandante do seu regimento, atra– vessou-o com a espada, estendendo-o morto. A r~volta rebentou. Opovo uniu-se á tropa revoltada. As portas das prisões foram abertas; Martins e outros presos recobraram a liberdade. O capitão general Montenegro abandonou o palacio e foi encerrar-se na fortaleza do Brum, onde capitulou no dia seguinte, 7 de Março, concordando com os revol– tosos em deixai-o partir para o Rio de Janeiro. Nesse mesmo dia, 7 de Março, celebrou-se uma grande assembléa de notaveis, na qual se deliberou a formação de um governo provisorio, sendo procla-

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