FREITAS, Joaquim Pedro Corrêa de. Ensaio de leitura: para uso das escolas da amazonia. Pará: [s.n.] 1910. 447 p.
- mo - O OURO E O CARVÃO O luzente metal, o r.ei do mundo Ao carvão disse um dia : « Como lastimo, ó mineral immundo, O teu destino e baixa serventia! A' gente que se preza és odioso; Si alguem te pega, logo se enxovalha; Ah 1 que emprego famoso : Servir para a fornalha! Mais liberal commigo foi a sorte : Me adora o grande, almeja-me o pequenG, E até da propria morte O horror encobre o meu fulgor sereno! Do santuario as galas abrilhanto. Do solio avulto a natural grandeza; Converto em riso o pranto, E em virtude a torpeza! Sou eu a luz das opulentas salas Onde tine o crystal das finas taças; RiYaliso do sol c·os fulvos raios Do joalheiro nas nítidas vidraças ! Sou das damas o enlevo e a ternura, Fórjo do amor a mais aguda setta ; Sem mim a formosura Não se julga completa! , 4( Basta, diz-lhe o carvão, ouro vaidoso; Assim te fez a gente O metal te chamando precioso, Como si fôra merito o accidente! E's o senhor do mundo, na verdade; Serves ao luxo, serves á vaidade,
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