FREITAS, Joaquim Pedro Corrêa de. Ensaio de leitura: para uso das escolas da amazonia. Pará: [s.n.] 1910. 447 p.

- 134 - -t1 VI ► « Não paremos aqui, coração meu; n'estas noites serenas e claras, subamos ao mais alto da tolda, e em quanto a natureza se acha em profundo silencio, alarguemos a vista por essa dilatada esphera dos Céus, contemplemos de vagar a grandeza immensa desses luminosos pregoeiros da gloria do Altissimo, a harmo– nia dos seus movimentos, essas distancias quasi infi– nitas, consideradas cá da terra, e ao mesmo passo, redu– zidas a um pequeno ponto, quando 1e comparão com a grandeza de Deua. « Ah! que eapectaculo ! Quem foi o que disse á lua : Apparece e dissipa as trevas da noite t Quem deu o ser e o nome a essa multidão de estrellas, que decorão o firmamento? Que mão prodigiosa pôde toldar todo esse augusto palacio de immensos pavilhões de azul, semeal– os de luz e de gloria, revestil-os de uma belleza, que arrebata os olhos do mortal? « Oh !Como deve ser rica e pomposa a mão d'onde brotão todas estas maravilhas! « Mas dize, coração meu, si esta mão adoravel ostenta com os homens tanto luxo e profusão, ainda quando peregrinão no desterro, que será na patria 1 Si assim quiz adornar a morada, onde habitão indiiferente– mente os bons e os máos, os amigos e inimigos, que terá feito n'aquelle logar felicissimo, destinado sómente para os seus amigos? .- Oh! como deve ser grande a multidão de doçuras,