Discurso sobre a HISTÓRIA DA PHILOSOPHIA e DEMONSTRAÇÃO da EXISTÊNCIA de Deos
·: . - ·1 oo~:-. \ . ..~,~--- .. •/ . : r'- . . . . ' .. . º>. ' "' 'd . ºb • .uma cousa nao po e estar seni o seu altr1 nto es- sencial , sem que logo não niude de natureza ; (6) neces~ariamente concluit:emos· , que não pódc existir corpo algum sem cog1tação , ou que to<lo o corpo é cogitante. l\Ias 'JUem dirá ., que o ca– lice d'uma túlipa discorre como o sensório d 'um > Philosopho ? Quem dirá ., que as arvores ., que os montes , que as pareJes d'um edificio raciocinão com Newton , Descartes, e Archimedes ? Quem • 1 dil'á ,.. que a pen,na , com qu_e escrevo ; a- mesa. , cm que me encosto ; a cadell'a , em que me as• sento ; a casa , em que habito ; esta sála, em que estou foliando ; o pavimento, em que pisamos .,. ~ pensão igualí,1ente comi go ? Não me lembro d'al- .•. o-um discurso , que fizesse a minha mão , a. p(lnta do meu d~,.-ou alguma parte do meu corpo ,. por mais que reflic ta soLre este ; antes pelo con– trario , da cogitação forma.rei idéa muito obscura , se <lelle não fizer abstracção. 1\'las , quando eu lonlempTo qualquer corpo , não fórmo logo idéa de figura ? Não sinto a sua inercia ,. não experimen– . to a sua gra-vidade , e não conclúo a sua divisibili– . d ade? E quanto mnis al lend·er á cada uma desfas cou– sas , será mais clara a minha id'éa. E por q.uc motivo a coe:itacão hade estar n'uma razão con- • V • traria ? Ou por que tanto i:nenos se faz clara a sua idéa , quanto mai-s se considera qualquer corpo ? ( 7) Sem duvida é , por que a cogitação não tem. • -lugar ~nlre as qualidades d' nm sujeito ex.tenso ~ . ' se estí~sse entre ellas , entre ellas certamente u ~escobria ., do mesmo modo q_ue descubro a figura, a_ -inercia , a gravid1de , e a dívisibilid'ade. Se : eb R~nso , por exemplo , de algum ·corpo, .estas • idéas .~e me apre&enlão , e não pósso pensa·r d!al- " \, . . -41 -~ . )Y , J ·, · .là. " • .
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