Discurso Dirigido ao Instituto Histórico e Geográfico do Brasil

para o dominio da Historia, e a que se recusaria o. historiador que ti~ vesse consciPncia de sua~ p -rrogdtivas « Todv este pa&so he propris~imo do Tartufu de Molitre no conceito da1urlles que de p rto couhecem a pessoa mo1al cio Sr. Machadfl ,le Oliveira: elle allurl<' ao caso das l'ar• teiras, que a voz pop,1lar dprr.1mou pelo Urasil e Portugal, e que •~1110 deslustre motivou á aquelle Governador, que alias puctia sel'vir ele molde em animar os di!fPr('utrs ramos, de que clPpenrlia a prosperi,lade da Provincia, e no desvelo e trabalho, com que se applicou ·:1 parte li• nanceira. Par~ o 111çlicado caso ter lugar no rnru Comprnclio, e eu não pocl,·r íurta-lo ~o grande brado que cleo tinha para exrmplo todos os bistoriadores Portuguezes e os das outras Nações, dos quaes uenlium ar• cltivou no silencio i!S paixões amorosas cios Governantr.s quando drstas resultavão males notorios: nenhum deixou de mr.ncionar aquelles que romperão a continencia conjugal authorisaodo com este seu máo exem• piar a dissolução entre os dous sexos como Luiz XCV de França com Madama 1le 1\lontenou, e Carlor li de Inglaterra com !\ladama de Po• stmnt, e Doru Affonso XC de Castella com 0oua LconoJ Nunes de Gus. mão: nenhum em fim calou a narração de factos semelhantes excepto quando encontrava difliculdades em produzir a provas que os verili• cas5em, ou quando havia remor de os relatar como entre os escriptores Hcsp~nhoes com a morte do Priucipe Dom Carlos ele llespanha imput<1da n seu pai Filippe fI, a qual ale agora tem permanecido como um ponto historico controvertido, menos no pensar do grande politico Dom Luiz da Cunha, <111e sempre julgou convir-lhe o nome de cruel, filhicida, sanguinario, ambicioso, e sobretudo um l1ypocrita. Todos os modrrnos e antigos historiadores como nuy de Pina, Chris• tovão Bod!'igues Azinheiro, Damião de Goes, Affonso Cervf'ira, Andre de Rezende, Gomes Cannes de Azurara, e outros incluso Fernão Lopes, pa• triarcha de todos ellcs na frase do esclarecido l\cadcmico Francisco l\la• noel Trigoso de Aragão fllorato, tendo nHrrado os amores inc11ncessos e desatinados dos Principes não merecerão a cen,ura de ~erem oílensores da moral e da decenciu com perrla de, saa propria dignidade: antes sim o conceito de terem escripto coru miudeza e diligencia proprias do seu caracter sisudo, indagador e vcridico. E notav1•lmente o segundo dos historiadores citados não desmereceo no juizo dos LPilores porque tratando na sua com1,licação das Cronicas dos Reis até Dom João II[ de ter pernoitado na Casa de Nossa Srnbora cio Espinheiro junto a Evora a Infanta Dona lzabel, filha de EI-Rei de Caste1la Dom Fernando, e desposHda com o Principe Dom Affonso, filho de Dom João ll, disse: u E o Prindpe houve aqui a Princeza es~a noite, !> QUjl foi reprt•hen• dido por ser na Igreja u. Ent.-011 ou não este anticipado cles,•jo <los IJWlterio» da ternura no domioio da lfütOl'ia 1 Entrou: porque entenclco, T

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