Discurso Dirigido ao Instituto Histórico e Geográfico do Brasil

.. Proferio o meu aggres or quando instou a sna dimissão ao Govrrno lmperiül:n A minha capacidade mor~I não he s11íficien1e para um re• do P;,rJ: como seria p,>ssivel manter-se a 0l'Ll~,n numa Pruvincia, cujo Pn,sideule ,•ra o primeiro fautor llJ an, rcllia ? O monstro n,io ,atisfc1Lo do mal que havia cau,ado, uinda fazia alarde da sua m,oldade e dos seu:; crimes: n ão saciJ lo rll! sangue ainda suspirava poa novas victi• nrns. Só viria para o ~!aranhão si se nJu lcvas3e " mal um,, ,\brilad~ 1 Uonslro infera,al: insa ci.1vel l>chcdor de san 6 ue: tu descerias ao inferno donde hts filho autes d,• pores em pratica 110 1\lar,1nl1ão os tt' IIS san• guinarios plauos. E111rc urn povo pacilico, amii;o dJ 1,mnaniclade, amigo da sua liberdade, tu n io authorizHi,1.s como no Pará a caça.la dos Bra– zill'iros naschlos em ambos o~ ~lundos. .Malvado! Se a llla alma san– guinarid e f.-roz u~u r L,i ainda farta de horrores vai ao Pará contem• pia r com os teus proprios olhos a obra, rlP qu e tu hc, o p• iuwiro aullJOr. Vai a l.:>Sa terrJ dcsgr.,çaila, qne tu infli cionasle com o teu ltulito corrupto,, e ahi assentado ~obre as suas rninas p,-rgunta ao pri– meiro que se te apresentar pelos seus pais, p,•los seus filhos, pelo consorte, pela esposa, pelos bens.... Olha: aqnella de,graçada mài la1ue11tJ iuda hoje o innocente lilhiuhJ, que lkou desamparado na praia por 0CCdSi,io elo embdl"4uc precipitado ,te 22 de Agnstu, e cuJo destino ainda hoj e ignora. Talvez morr<'sse afogado: talvez prrtccsse :\ fome e á sctll!. Vcs a pael le 111,: ni IJ, qu~ alli p.1ssa roto e d,•scalço, qeu pJi foi esquarteja lo na Vigia: sua mãi dc1>ois de ter mPn ,tigado o pão em terra e,Lrauha ~uccumbi•> aos desgostos e incom111odos, 1•xpiro11: os seus pJ1'entes, uns morrer,io, de oulr(ls n,io se sa be. Aqulle hom em, que cunhece,Le rico do~ bens da lor tuna, hoj e se sus!Pllld das esmolas dos Seus amigos. Vcs aqt1t!llas CJSdS tl,•struidas , arruina las ? Pois o interior da l 1 ro1iuda - apresen ta uon as p<'cto ainda mai~ triste. mentos qu e ha,i:i de Ja,·oura furjo rcdu,idos a ci uza5: a ,1 a acabou por muitos annos t>ara ~º Pará, a m~o da 111on<' imprnnio 0 seu seilo fatdf nesta LPrra de desgra ças: se elle se Je\a111a em alguma parte o teu nome, oh monstro, e~criplo ern caracteres de snngue hP ó o que se apres,·nta aos olho~ do viajante conslnnado: conle111pla, conll·mpla todos esst•s e,tragus qu e lu causaste. Gtnio do mal t'xu!ta dr prazn no meio <lesses lt urron·s, que te c1•rcão; ouve com alrgria infernal por c111re os gemidos das LU.is viclim~s as pragas e ma!di~ões, que chovem sobre a lua cab,·ça criuainosa: e se ainda I e precbo mais sangu•· para saciar Lua sede, l,C a Lua alma tem nrcessitlade de coutc111plar no~os horron·~ n•gozij n Lr , a roda da desgr,,ça ainda niio ter111i11011 sr u giro pMd os iufelizes l'aracnse~; Cl,te povo ;.uuúo1 sofre, aluúa csl.1 co, tiuúo il'~utlcs tlcsgn1 ças,

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