Discurso - 1917

• ... - ( 19 )- em tudo parecida aquella vislumbrada por Sully Prudhome em um dos seus mais bellos e admira– veis sonetos : Ei-lo_aqui: Bem no fundo de um pôço a candida Verdade Dormita e cada qual a teme ou á despresa, i\leu amor, por domai-a, se abalança a empresa E desço, noite a·dentro, em funda escuridade. Eu desço por. um cabo, em torva anciedade, Desenrolei-o todo e vejo, com s 0 l'pt'esa, De braço distendido e sem acllar firmesa, Que fico a balouçar .... onde est,í a Verdade'? . E!la está muito al.}m .... presinto que respir,1 Mas como um pendulo eterno ondeante que sa atira, Eu vou e tomo·a vir e volto de onde vim. Não posso eu alongar esta corda fluctuante "? Nem voltar para a luz etema e fulgurante? Eu devo n'cste horror me balançar sem fim ? A \'e rclaclf' que deslumbro u Farias Brito , e a mu itos outros deslumbra , é precisamente como essa . Como di ria a inda \A/. James não existe a ver– dade, no s ingular, exis tem verdades, no pl ural. A verd,,de nf10 é isto . E' um conceito de o r– dem in tellectu:il e não mor;il. E' um principio de ordem scientifica ou logica, pressuppõe o co11- dict011ado . Assim penso, mesmo parn a verdade de intuição. Cada facto ou cada phenomeno, não existe isolado, con~o que se enra isa em todos os. outros, antecedentes, consequentes ou simultaneos ..

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