MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

108 HAIMUNDO MORAIS reno do Carmo, não se pode deixar de registar igualmente um trecho da avenida de Nazaré em que reponta a abóbada verdoenga da folhagem em / tunel. A realidade dessa obra é das mais vivas do cenario urbano. A natureza aí, modificada pela. mão do homem, representa a evolução continua dum reflorestamento protetor . que abriga o peão nas suas sombras. Tambem um ángulo do Museu. Paraense, com as sua$ grandes árvores, seus tufos de verdura, suas aves soltas no parque, equivale a documento magnifico da visão de Ferreira Pena, individualidade que concebeu o projeto da funda– ção desse estabeleci~ento cientifico e de cultura. Onde, no entanto, a nossa alegria se enternece no mais alto júbilo pela verdade que a pintura miraculosa de Georges Wambach traduz, é no Bosque Rodrigues Alves. A selva alí, em toda a sua pujança florestal, alcança uma origihalidade tão segura, que evoca a proteção possivelmente dada. ao pintor pot Flora e Dea Palmaris. As árvores vetustas, os · arbustos e as lianas crescem ao lado panteistico dos assaizeiros em touça que orl~m inva– riavelmente o debrum das matas virgens. A cloro– fila e a luz do sol, conjugadas no esrneralda-aureo das copas, remarcam a jangla do Equador em to– dos os seus tons orgiáticos. Ern suma, o mago colo– rísta destas linhas é muito capaz de concretizar, para o deleite subjetivo dos visionarios, a miragem,. senão a propria quiméra,

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