MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
COSMORAMA ddade nos mil aspectos continúa colhendo para a suà formosa galeria pitórica. Não só as largas telas paisagísticas vão surgindo, corno por en– canto, do seu pincel privilegiad0, como tambem as pequenas reliquias do nossô patrinionío culhirai. E' assim que ele acaba de reproduzir, eom rara flagrancia, o Cristo maravilhoso da igreja do Carmo. Na prosa marchetada de De Campos Ri– beiro, embutida na pedraria léxica de uma critica admiravel, já surgira nas colunas do grande matu– tino "O Estado do Pará" uma peregrin~ análise <lo Homem-Deus destas linhas. G!eorges Wambach, no entanto, entornando o oleo da piedade cristã de suas tintas sobre o vulto católico do menwravel cru– xificado, reaviva, na volta de dois mil anos, o so– frimento, a d@r, a angústia de Jesus no madeiro em que morreu. E' um trabalho de mestre que nos arranca um grito de surpreza, melhor, de espanto, pela reali– dade melancólica estampada na fisionomia da vi– tima bíblica. Faz_mais, porém,· o insigne pintor Ge– orges Wambacn: rodeia de arabescos e paquifes o quadro, ilumina-o como se iiôra a página dum mis– sal de rainha, e o expõe aos nossos olhos atônitos. Magisttal. Dir-se-ia que seu pincel carrega a cen– telha que celebrizou as Virgens de Rafael, a Gio– cooda de Da Vinci e os claros-escuros de Rem– bramdt, vertidos de cima. Ditas estas cousas pálidas a respeito do Naza-
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