MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
94 RAIMUNDO MORAIS . -~ fij? um desses países beneficiados pelo titan do, verbo. Não se limitou, porém, o reduzido Estado a: guardar o nome do bett1feitor político , na historia social dos seus dramas comoventes; foi além; er– guendo-lhe uma estatua. Homenagem que simbo– liza nã~- só o amor à patria, mas, o que é tudo, a gratidão sem forma espetacular, a Polonia viu o seu patrono melhor do que nós. Os meus conhecimentos · a propósito da terra comppmida pela Russia e pela Aletpanha funda– vam-se apenas num sacrificio feminino. Nas des– critivas, imáginàrias ou reais, que tenho lido res– _peitantes a Bonaparte, perpassava-me, como um bo1ido no céu, o nome de Walewska. -Ao invadir a. mansão de Lenine, através de planícies geladas, bosques brancos de neve, ficara-me na memória a travessia do general francês no episodio psicológic~ <le Varsovia, capital polonesa. Do panorama. alvo de inverno e d0s aspectos silentes dum frio de morte; ressaltava-me na retentiva o· sacrificio de uma nobre mulher, que imolara tudo, honra e vergonha, para salvar a patria, ameaçada simistramente ]í>elo corso louco de glorias. O povo exigia, num rasgo de insania, que– Walewska, esposa dum nolJ>re, comsentisse em satis– fazer o desejo de N~poleão, que era o de torná-la sua áman.te . O proprio marido, no terror abjéto do instinto defensivo, aconselhava a esposa a (!JUe se · entregasse. Walewska cedeu como quem dá o derra-
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