MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
J, 92 R AIMUNDO MORAIS classicos da sabedoria, . léxica, guàrdava o sentido' do patrono reivindicador dos direitos do homem, senão dos Estados fracos e pobres. Descia mesmo, numa genuflexa solicitude, aos jovens e às crian– cinhas do seu país, traduzindo para o vernáculo as. "Lições de Coisas" de N. A. Calkins. A atFàção pelos debeis emanava caudalosa desse gigantesco. cérebro de eleit0 dos deuses. 1 Nas "Cartas de Inglaterra", escritas de• Lon– dres, onde advogou com brilho e espanto dos bacha-· reis da Grã-Bretanha, .ele carrega nos braços pode– rosos a figura p~rseguida do capitão Dreyfus, ví– tima do entrechoque racial entre gauleses e israeli– tas, ou, melhor talvez, entre sacerdotes católicos e– rabinos hebreus. As páginas fulgurantes desse poli– grafo, cujo raciocínio e logica, imaginação e beleza, formam o contra-libelo do seu verbo luminoso no, Pretorio do universo, radicarem-se na memória contemporanea. · Ao abrir as "V1agens de Gulliver", a sua, me– lhor preocupação não é a literária, mas a da jus– tiça. Ele não quer mostrar apenas o enc·anto do criador daquele doàe-amargo painel l'Yumoristico, original e magnifico, sim, e de modo capital, des– fazer a máeula do pecado atirada ao sacerdote. As nodoas liber timas que os inimigos políticos de Swift lhe jogavam, Rui optrnha a p11reza que des– cortinara na vida singular d0 vigário de Cristo. Além destes fugidios e:x;emplos, que cito ao correr
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