MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
COSMORAMA e 87 .•s ubstanciada na alcatra e no filé. Lobrigou o meu .amigo, com seus olhos peqaeninos e perfurantes, a __grandeza da maior das industrias do planeta, que é a de engordar e comer certos quadrúpedes, vender– lhes o couro e fazer-lhes do leite pitéos maravilho– .sos, capazes de aguietar o bicho carpinteiro do pro– _prio Pedro Malazarte. Não há quem se não sinta inspirado, Cé!ntor ..dos maiores, à vista fumegante duma sopa de rabo ,-de boi ou ao cheiro Cilum bife chiando na grel~a. Dum rim de espêto afloram os mais ondulantes .alexandrinos. O miolo com môlho de manteiga p reta é combustivel para uma viagem à volta dum .soneto. "C!m cozido à portuguêsa, adubado cQm osso de fiambre e lingua do Rio Grande, macachêra, ..banana verde, repolho, quiàbo, maxixe e couve, traz no ·perfume um poema de estrofes de ouro. Cada ..bocada é. uma xácara dos tempos em que se dava o mote aos citaredos com o bater do leque das fidal– gas que faziam arrufadas nos conventos ouvindo piadas dos frades Bemardos. Ota, o futuro do Pará, por mando dos Fados, .não está nem nas industrias extrativas, nem nas in- ' .dustrias manufatureiras, mas na industria pastoril. .A pecwaria é um simbolo. Devemos segui-la confi– .,a.ntes como os magos seguiram o fogo <!lo cew. Ma- raj ó fala mais alto q~ qualqruer exemplo, para ..não lembrarmos a Australia, que só foi grande e Jorte, com seus rebalilhos, após se Ih.e esgotarem os
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