MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
82 RAIMUNDO MORAIS quente da beleza. Ninguem perde uma sentença: ... Não há uma linha morta. A imagem recomp0sta– avulta com intensa refulgencia. Entretanto, o que– mais admira nesse magistral volume que ' se chama "Caxiâs" é a força descritiva das batalhas, o assalt0< aos fortes, aos Teduto·s inimigos, às praças de· guerra, às cidades paraguaias. Dir-se-ia um pin– tor transplantando, primeiro do natural para a tela;. e, depois, da tela para o livro, corno faziam os ir– mãos Goncourt. A fusilaria, os tiros de canhão, o avanço da– cavalaria, o redemoinho das hostes, o amálgama. das turbas combatentes, o lampejo das baionetas, o– grito dos feridos, o éco dos çlarins, o clan~or das, cornetas, o barulho da cavalhada, a investida e o– recuo, as lançadas ü1riosas e o panejar das bandei– ras, os tambores e as vozes de comando rasgam no– extroardinario livro "Caxias" um cenário tão vivo• e fiel OJ!tle mos deixa aturdidos. Lembram a flagrancia colorida • de Flaubert,. na "Sãlambô'', junto aos muros de C~rtago, su:rJi>re– endida no funclo do tempo, nas asas da ficção, e nos. mais altos visos da realidade. Ó major Afonso de Carvalho surge como testemunha pTe:,encial I da, guerra do Paraguai, tão naturais são· os seus aspe– ctos, as suas perspectivas, os seus panoramas. Pou– cos artistas da prosa recompol'iiam, dentro da mais. rigorosa téoniea, esses q,Mad~os Gla nossa epopéia. Ouvem-se os anátemas e as l;ilasfemias, os ru-
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