MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

.80 RAIMUNDO MOR AI S bolizam o surto majestoso de idéas em marcha. Em march?- para as altas reivindicações nacionais. -O movimento de ascensão rácica equivale, pois, a uma aleluia de perfetibliidade. ' Assim, é impossível a esta ou áquela inteli– _gencia, mesmo bem informada no campo livresco, estar no conhecimento da produção literaria, saber de tudo que se escreve e lança no país. Eis o mo– ·tivo de não ter eu, senão indiretamente, 1nforma– ção precisa da mentalidade fulgurante do Sr. Afonso de Carvalho. Aqui, é!-lí, ouvia-lhe o nome elogiado e engrandecido. Mas quanto nome patrício não vive só de elogio, criando no ambiente mental -.da ação um falso prestigio? De sorte que foi com certa reserva e muita suspeita que abri, quasí espiando apenas para uma de suas folhas centrais, o livro "Caxias", do major Afonso de Carvalho. ºE, oh, maravilha! meus olhos se pregaram na página e foram recolhendo aquela prosa cantante, sadia, sem cabelos brancos nem Jogares comui:is, flexível, agil, nervosa, muitas ve– zes épica, de epopéia brasileira. Volvi, então, ao principio da obra, quando ainda · o notavel· publicista alude ao "cadete de cinco .anos". A estética do estilo, simples e translúcido, feito para ser lido pelas massas humanas e pelos artistas, me fez devorar o tomo com aflitiva impa– ciencia de quem se quer saturar da essencia absor– vida, isto é, da beleza, à feição do indígena que

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