MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
64 RAIMBNDO MORAIS . ·> • moldes que recortaram na imaginação. Orville A. Derby, por exemplo, entrev:ê a Amazônia nos con– .tômos dum frasco florentino ; C. F. Marbut achou que a espla~da incomensuravel teria a forma dwn leque ; Elisée Reclus, uma das maiores organiza– ções geograficas do :planeta, julga o vale amazô– nico de feitio oval; e o escritor destas Linhas, velho navegant_e da bacia equatoria1, num dos seus livros, d.eu -lhe a íorma de· lilra.. Pregar-lhe a moldura ma– jestos~, tendo ao fundo a cordilheira dos Andes, ao sul o planalto brasileiro e ao norte o sistema guianense, é trabalho de largo poder evocativo, pro– prio dos famosos criadores. Mas, ou eu estou enganado, ou esse triptico vai de fato coroar a obra já fascinante do artista cearense, cuja. visão multifaria não se prende ape– nas às jangadas de suas aguas verdes, às dunas de suas terras adustas, mas à paisagem nacional, sem– pre colorida, iluminada, faiscante sob a rosa do :sol. Isto porque o surpreendido po; mim de ;elanc.e, no catálogo do Sr. Vicente Leite, embora em foto– grafia, sem as nuances da claridade e da sombra, -deixou-me a certeza dum comovid@ artista, capaz não só de pintar paisagens, mas de pintar almas no misterio mal adivinhado, como naquele sorriso eni– gmático da Gioconda. E ' que certos pedis surgidos n o catálogo, tais os dos jangadeiros, denunciam no ,<:onquistador do Prem,í,o de Viagem pelo Brasil um ótimo figurista. Aguardo-llile, portanto, a volta J
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