MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

62 RAIMUNDO MORAIS ense especialista em agricultura e botaniica. Pre– mio-de Viagem pelo Brasil da Escola de Belás ¾– tes, o moço laureado é de fato uma das afirmativas das novas turmas da pintura nacional, ,pintura que marcha para as maiores ,conquistas reproduzindo aspectos, paisagens, grutas, lagos, panoramas, pers– pectivas da linda e morena terra do Cruzeiro. O en- ' canto que me transmitiu o Sr. Vicente Leite na minha sala, enfeitada por uma galeria de quadros paraenses, não foi tanto pela o~servação que fiz ·do seu poderoso talento através do catálogo que exibiu, não. O que me deslumbrou no artista foi a convi– eçãa do seu nacionalismo em todos os redutos da luz. Seu verbo tinha para mim o calor apaixonado, a veemencia emocionante pela terra-berço. Falava do nosso país tão comovidamente como se estivesse sob a ação maravilhosa dum filtro que faz sonhar. O seu programa, pois, nesta jornada, é desco– brir os motivos capazes de serem fixados na tela pelo seu pincel de caminhante. M,as, além desses pormenores da natureza em condições de concreti– zarem na tinta, o ilustre excurcionista já leva uma idéa preconcebida e (lUe é, ao mesmo tempo, surto oe imaginação e nota de patriotismo: um tri,ptico brasileiro, onde se remarquem flagrantes fisiono– micos de certos pontos, máscaras telúricas proprias a denunciar, pelas rugas, pelos relevos tectónicos, pelos refegos, pel~ águas, ;pelas rochas, pelas cata– ratas, pelas cordilheiras, o semblante geológico pa- .

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