MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

!58 RAIM"UNDO MORAIS ""' ' . (Pois bem, este mago tecelão do verbo, que fia -o · fio, urde a seda, a gase, a cassa e a musselina do livro, foi urdir nas barbas da sabedoria lusa, que é a Universidade de Coimbra, o mais lindo surto oral que já se me foi dado lêr: "Rapsódia Brasi– leira". A Saul de Navarro não intimidou· o Areó– pago, constituido do que há de mais alto e profundo nas pitorescas terras· de Portugal. Quiz mesmo, :Sem dúvida, que os mestres da lingua, abalizados latinistas, que só espirram em sanscrito e só 'belis– ·cam em grego, lhe ouvissem a palavra cantante e real. Há mais de tres anos que isto se deu, e só, :ag0ra· recebo a 0bra magnifica. O e2<1emplar dessa curiosa epopéa que o autor me remeteu de Lon– <lres, de certo perdeu-se na travessia do Atlantico .••, Lendo, enfim, nestes ultimos dias, a "Rapsódia • Brasileira", raconto de singulares verdades na t!!rra ,do Cruzeiro, remarco, antes de mais nada, a fla– grancia dos mil aspectos nacionais, a felicidade com que o rapsodo condensa, nas sínteses elucidati– vas, os fenômenos e os problemas da sua terra natal. O que, ao entanto, me perturbou deveras, pois :sei que 'Saul <ile N~varro jamais palmilh.ou a Ama– zônia, foi a sua narrativa sobre a Planicie, o pampa <lo Equador. A gleba, o homem, a agua, a flora, a f auna, o eeu, as estrelas de.$te meridiano, numa

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