MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
RAJMUNDO MORAIS ·uma transformação e todo o sêr se lhe metamorfosêa ·no humil~e peregrino voltado para Deus. ·A9oelha– -se IendÕ o "Fios Sanctorum" . Os celícolas padroei– ros do Brasil e dos Estados, num halo. de incenso, surgem-lhe da pena mágica. E uma procissão de :santos, dos mais festejados e dos mais poderosos, formam-lhe a galeria divina. Petcebe-se a ascensão ·. singular do espírito de Carlos D. Fernandes. O .eminente rapsodo patricío recolhe-se, enfim, ao re– ·gaço de Deus, enfeitando de flôres e rendas os alta– ·res sagrados-. Nossa Senhora de Nazaré, Santa Te- rezinha, Nossa Senhora do Rosario, Nossa Senhora -· <la Pietlade, ·para não citar as demais, emergem-lhe dos niçhos literarios com vivo perfume. Surpreen– ,de-se-lhe o fletir .dos joelhos devotos para falar dos santos do seu livro. Alheio, talv.ez , aos processos 'beatos e repetidos ..de incensar as divindàdes naquele chavão cavo e so– turno, mais proprio por certo do teat~o que da nave .católica, Carlos D. Fernandes cria uma técnica ex– 'Pressiva, formas harmoniosas, imagens doces e ve– ·tudosas, para encarnar as figuras sublimes que .abençoam a humanidatle e a terra nos dias onomás– ticos em que afloram no calendario. Remato este rude comentaria exortando os fieis a lerem o agiologio d'e Carlos D. Fernandes, .~bra de um ourives florentino da Renascença que se converte ao catolicismo através da arte e da .beleza. O seu encantado cinzel literario, criador de
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