MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

46 RAIMUNDO MORAIS rio pró e contra. Assim como ainda não nasceu o "homem que lesse tudo", tambem ainda não nasceu o "homem que agradasse a todos". Uma ligeira re– vista na c1;itica às mais altas mentalidades e o resul– tado é esse: louvor de um .·lado e ataque de outro. Machado de Assis, que está hoje no cimo das nos– sas letras, ainda não ouviu certamente :t1em a milé– simél; parte do que terá de ouvir a respeito de sua prosa, de sua poesia, dos seus processos psicológi-• cos, da sua filosofia, da sua índole, da sua vida, enfim. Com esta posição que acaba de assumir, de· cabeça de turco literario, é que a controvérsia das. igrejinhas vai desabar sobre a alma do magnifiço– humorista. Apesar de Machado de Assis, nos ultimos– lances da vida, achar-se consagrado na memória dos. coevos e a cavaleiro das necessidades economicas,. muito se havia de lembrar, com prazer e ternura, das suas dificuldades monetárias de jornalista que· substituía o almoço pela "média,". ·Aguia já então, . prestes a desferir o vôo para o infinito, não se es– queceria sem dúvida dos seus tempos de gaivota,. quando caíra assustada, por uma ventania política,.. entre os caixotins tipográficos da Imprensa Na– cional.

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