MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

. li cos ·MoRA MA 4 , ' -cionalizar os . "Sinos", pretendeu pôr no ar do Br ~1 J;,) sil aquela vibração metálica de palavras de prata,~ de ouro, de bFOnze e de ferrb, que valem todas as músicas dos carrilhoneiros de Bruges. A peça do nosso Machado, aproveitando-se visivelmente do "'C0rbeau" de Baudelaire, é antes para.frase que tradução, saborosa poesia de bom prosador, ou seja uma linda prosa, viva e flexível, agradavel sempre, mas desp·reocupada da literalidade, suprimindo c-oi- sas, modificando outras, agindo sempre com liber- rima desenvoltura. Um bom trabalho, de um ho- mem de talento que, embora o quizesse, não saberia fazer nada de medíocre, mas encerrando algumas impropriedades desconcertantes como "tranças an– gelicais", e malentendidos inexplicaveis, qual a mu- ·dança de ~una lampada em lampeão, na última es- trofe. Ném do mais, um tanto ·prolixo, alongando -cento e oito versos em cento e oitenta. Mesmo a diversidade de metros, se serve para facilitar o reci- tativo, tira o efeito de soturnidade, que é um dos segredos do "Corvo:'. Tudo · muito realista em nos·so parafrasta e sem nada daquela doçura opiada, visionaria, que faz de Poe um tecedor de arias de sonho." Eis o reproche do nosso festejado crítico. Em qualquer setor da vida literaria· de Machado de A ssis, a análise ' assim : duas no crav<l> e uma na ferradura. Aliás, não é preciso que se insista, os maiores engenhos do planeta sofrem este comenta-

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