MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

44- RAlMUNDO MORAIS Ninguem pode encobrir, entretanto, que a sua escada a~s píncaros da gloria fioi o jornalismo,. escada vêlha, com falta de degraus, sem corrimão aqui e ali, mas escada. Subiu-a de vagar, numa as~ensão peregrina, mas subiu-a, enquanto as pe– dras insistentes dos ·invejosos ·lhe cantavam na costa como sinal da sua escala'tia. Recolheu-se ao. gabinete. Ia da casa pra secretar.ía e da secretaria pra casa, com pequenos inteFVa~os nos livreiros e nas sessões academicas. Já então era grande. Os. iconoclastas, porém, influenciados pelo ataque anó– nimo, tentavam: por todos os titulos, diminuí-lo~ certos de que um dito, uma sátira, por ligeira que fosse, os ligaria à fama do memoravel ar.tífice. Choviam ditérios, chufas, sobre o. extraordina;rio, humorista. O Sr. E_pitacio Pessôa fez correr a piada. presidencial de que Machado de Assis poderia ser um primoroso romancista, .mas era um péssimo se-· cretário. Assim, mesmo hoje, nem itudo que se vem divulgando a respeito do notavel prosador brasileiro é de molde a exaltá-lo. Um dos melhores critícos desta geração, Agripino Grieco, cujo feitio princi– pal não é o epinicio, a propósito das traduções do• "Corvo", q.e Poe, em lingua portuguesa, tem es– .tes comentarios cmfosos, exquisitos e talvez r,eais : "A mais · célebre· (tradução) é a de Machado de Assis, amigo desse Mario de Alencar, que, repetindo aqui a proeza de Blémont, pretendeu na-

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