MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

COSMORAMA 43 <los quadrúpedes que ci interpelassem. Ia além, -afirma -ainda o autor de "Figuras". Para não desa– gradar aos vibriões literarios, muitas vezes, entre a .opinião de Voltaire e a opinião de Calino, ficava com a de Calino. Volvera-se num santo. Um santo manso e curioso, dentro, ainda assim, do céptico humorista. A seguinte anedota;, narrada por Al– fredo Pujol, revela!.o: "Aquele Ramos Paz tinha feito em moço uma wiagem à volta do mundo ; regressando ao Rio de J apeiro, contava a Machado de Assis as suas im– pressões, descrevendo-lhe alguns dos recantos das terras por onde peregrinara. . . Machado de Assis ouvia-o compenetrado e jocosan1ente. Ao cabo da 1'larrativa ol;>servou : "Tambem eu já fui a Petro– polis". Mas, dentro dos bons atributos que o joma– Jismo ia dando ao autor de "Quincas Borba", deu– lhe tambem a perfeição glótica, a pureza do idioma, •O vernáculo falar, sem o exagêro léxico dos voca– bulos regionais portugueses, antes envolto num véu •comedido e brasílico, sem ferir o ouvido de além– mar: Era classico, mas americano. A evolução de Machado de Assis fazia-se nas páginas dos jornais e das revistas através dos setores artísticos, até que, acometido por varios lado~, retirou-se da im– prensa desiludido quasi da maioria das amizades, tantos foram os mastins que lhe pretenderam mor– der os artelhos.

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