MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

RAIMUNDO MORAlS J, ~~ceió ·qµe -não me creiam se lhes afirmar que ·."aquele poéta de tão infla~ada indignação e de tão ..rude vergasta é o pessimista sorridente de "Braz Cubas", . é o desencantado e encantador teorista da filosofia do "lv.Iedalhão", é o criador de tantas pe'7 queninas maravilhas que todas espelham uma alma ,fe.chada às paixões tumultuosas, e todas revelam uma arte avêssa aos gestos tragicos e às impreca- .ções violentas." .. "E' natural essa incredulidade, porque eu tam– bem não acreditaria que esses versos fossem de I Machado de Assis, se ele mesmo não tivesse feito essa declaração incrível ; se não. estivesse agora, •.aberto diante de meus olhos, na pag. 81, o volume das "Crisálidas"; se não lesse à pag. 169 deste livro a nota em que o autor garante ter recitado aquela poesia no Clube Fluminense, num sarau literario. :Escreveu-a, recitou-a, publicou-a. Mais tarde, po– .rém, trinta e sete anos depois, ao recolher sob o teto comum de urria edição .definitiva os filhos es– palhados, não permitiu que aquele entrasse na casa gloriosa." Esse comentaria de Constancio Alves demons– ·tra nitidamente como se transformára a indole do .moço. De r~vel e atrevida que fôra, no período jornalistico, permanecia agora conformado com os homens, esquivando-se de contrariar quem quer -que fosse. Concordava sempre com os maiores bes– talhões do momento, dizendo sim aos mais orelhu-

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