MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
J, ., .... 28' RAIMUNDO MORAIS • . escala por alegoriàs e símbolos que traduzem signos universais. Lad~~lau N~to organizou uma tabua comparativa de ·caracteres simbólicos entre os dese– nhos marajoaras e os egipcios, os mexicanos, os chi– nêses, os indiaóos, para assim provar a profusão de signos idênticos no planeta, sobrelevando-se, na per– fetibilidade e na síntese, os de Mara-jó. Além dessa tabua originalíssima, o eminente alagoano estuda, numa interpretação exaustiva, traço .por traço desses desenhos abertos ou pinta– dos na louça do aruã. Alguns vasos naviformes, ·certas birremes e trirremes, fardas e japonas, que o erudito arqueólogo analisa, resultam, segundo co- menta, de frotas originárias do Mediterraneo, tal– vez romanas, pojando nas águas da ilha. Caso não seja assim, é a íris do índio, a menina de seus olhos, ·que guarda ainda da pahia de origem o tipo do navio e a veste do marujo da nação-berço nunca mais vista.· Como se {Jercebe, o livro de barro escrito misteriosamente pela oleira é uma sinopse histórica. Indecifravel infelizmente até agora, res– ta-nos a esperança de que o acaso ou a sabedoria dalgum novo Champollion acabe lendo esse relato gravado na argila, essa cronica imemorial él.e uma longa jornada que findou na Planície com o exter– minio dos artistas aruacs. E' bem possivel que neste ou noutro ciclo geo- · lógico suceda na foz do Amazonas o que sucedeu na foz d0 N;ilo : a imprevista leitura de todo esse
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