MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.
.. COSMORAMA 27 cas aos curiosos instrumentos de música feitos de ~=~~, de tabocas, de corcubitaceas, ~quarís e pi,- f ~ Tais instnunentos, do mais alto exotismo eu lt-t ~- rítmieos e da mais exquisita sonoridade, corporifi- · " cam-se nas frautas de Pan, nos pif.anos, nas gaitas selvagens cornamusas do Novo Mundo, nas trom- • betas extraidas da celebre árvore da trombeta que é a embaúba, nos tambores de madeiras e peles, nos maracás de terra-cota ou corcubitaceas, nas varas de ritmo, nos aparelhos zumbidores que · imitam as cigarras no cantar e no estridular. Apesar, no entanto, de todo este arsenal ar– queológico, o que se impõe ainda na rebusca para encontrar o homo aniericanus é a cerâmica. Se dermos um balanço na obra magistral de Ladislau Nl_eto, o verdadeiro demiurgo das pesquisas arqueo– ológicas na Amazônia, remarca-se em primeiro plano -a louça. A urdidura dos grandes vasos, das largas igaçabas, trabalhados como se fossem tecidos por uma fiandeira, evoca o fio de barro que a oleira produz antes de o enrolar, desde o fundo até as bordas do vaso, camocim, panela ou pote. Obra feita sobre uma esteira, com a artista sentada, iem– bra uma teeel~ fiando e tecendo segwdamente o pano das bolsas dum algodão d~ argilas. O principado fundamental da oleira não reside, todavia, no molde, mas no enfeite, que se notabilisa desde o hieroglifo até as carrancas totêmicas, com '
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