MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

132 RAIMUNDO MORAIS lem a forças vivas e cégas. O caso, aliás, é comum entre a Hespanha e as Repúbli'cas sul-americanas, cujos povos se originaram em Castela. Entre a In– glaterra e os Estados Unidos dá-se o mesmo, tanto que no meio dos "yankees" o Dicionario não é da língua inglêsa, mas da Língua Americana. Sairía– mos dos ligeiros moldes destes comentários para uma gorda memoria, se tivessemas de apontar o que nos poderia vir á lembrança sobre o assunto. O nosso objetivo, entretanto, é apenas recomendar ao público o grande livro do Sr. Renato Mendonça. - "O fortuguês do Brasil", por todos os títulos uma obra de valor. Dos nossos publicistas que já se ocuparam do caso, nem mesmo o velho mestre de todos nós, que foi João Ribeiro, na "Língua Nacional", teria abordado a questão com a segurança e o luxo de pormenores que se observam neste trabalho. Qual– quer erudito, por mais versado nos modismos entre os dois povos isolados pelo mar, tem que aprender alguma cousa nesta rica monografia, tanto ela obri– ga os filólogos a meditarem. No entanto, carecemos acentuar uma assertiva: foi deste lado do Atlântico, em terras brasileiras, que surgiu o maior guardião do classicismo portu– guês - Rui Barbosa. Abra-se-lhe a "Réplica", obra de genio, feita em tres meses, e veja-se que nenhum escritor, dos maiores da Península, já conseguiu atingi r a perfeição atingida pelo oráculo das "Car-

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