MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

126 RAIMUNDO MORAIS que se ouvem as charamelas e os hinos. Tal pro– jeção, na Inglaterra, lhe advem de cantar a con– quista, a gloria, a força de "OJd England". Impe– rio em que o sol não se deita, como já sucedera ao de Castela, a voz de Kjpling significa tudo para t.Jma nação que é um pequeno rochedo comandando o maior territorio do planeta. As estrofes do bardo, pois, quando não têm a afirmativa patriotica do "Rule Britania !" trepidando no código de sinais ao peno! dos navios capitaneas de Albion, afirmam as orquestras arrastando exércitos vitoriosos pelo mundo a fóra. Kipling é, assim, um simbolo de força no meio dum povo que carece de alegrias que lhe corporifiquem nos olhos as miragens e as quimeras do seu prestigio. . . Só por isso, apenas p-or isso, o cantor indo-inglês é o arauto da poesia do Reino-Ulnido. E tudo decorre da moda, do minuto milenar em que os bardos da extraordinária ilha se revesam no espirito de John Buli. N;os idos da rainha Vito– ria, o trovador da côrte de Londres foi Tennyson, tido pela sua musa singela e virginal como o bardo das misses e das ladys virtuosas que circundavam a -soberana do castelo de Windsor. O caso, porém, maiis sério e paradoxal desta obsessão por Kipling na Amazônia é ser ele, pare– ce-me, um representativo da terra mais velha do Globo, l"equerido para cantar e descrever a terra mais nova desse Globo. Como se poderia integrar

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