MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

COSM0RAMA 121. Couto de Magalhães, · numa das folhas de seu diario "Viagem ao Araguaia", narra incidentes do famoso duen<de que· estrangula bois, cavalos, onças~ antas, homens, numa especie de laço de gravata en– forcador. Segundo se infere d~ssas historias, o– animal é um gigantesco lepidosirem, membro talvez dalgum teogonia selvagem do plató mais velho do mundo, animal ampliado, sem' dúvida, pela ima– ginação popular daqueles ermos. Num dos capiwlos ·do meu romance "Os Iga– raúnas", na clescicla dalgumas personagens pelo curso de aguas verdes, assinalei a versão do mito. Tratando dele agora, insisto em ' garantir que a lenda fica circunscrita aos altos setores do Tocan– tins e Araguaia, visto como na bacia amazônica Propriamente dita, e onde oeorrem as lendas da boiúna e da iára, é a fabula completamente des– co1d1eçida. No estuario do Rio Mar, em qualquer serão cloméstíco, de 'barraca, seri»gal, engenho, vi– lório ou cidade, ninguem alude ao minhocão. Não é clemais assinalar que, a@ surgirem nas pesquisas_ da Pfunicie os \primeiros · tepidosirens, peixes que estão criando pulmões na transitividade da agua para a terra, o sucesso ictiológico foi enorme. O primeiro, acharam em Borba, no Ma– deira ; o segu»do, no igaFapé da Cachoeirinha, em. Manaus. Depois disso, porém, o lepidosirem para-– doxa, como os sa1bios dassificaraliFl o esf)eeimem <laqui, desmoralisou-se pela V"1lgaridade entre nós.

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