MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

. , II ·A FESTA DE NAZARÉ Meia religiosa meia profana a ~esta de Nazaré. Talvez mais religiosa em pensamento e mais pro– fana em átos. A liturgia móra no templo e móra no arraial. Os fiéis r~am e ~ornem, oram e diver– ·tem-se. Cada ladainha representa dez pacas no tu– cupí ; cada novena, centenas de cuias de tacacá. Os .remeiros não acu.diriam do interior do Estado, do Piauí, do Ceará, do Maranhão, do Amazonas e do Acre, se não .\tivessem a certeza de que, além de ba– terem no peito o soluço da prece, bateriam ta~bem na barriguinha repleta o consôlo de mil pitéus. Três quartas partes dos fiéis não entram na igreja. Admiram-na apenas à distancia, por fóra, toda ilu– ·minada de lampadas elétrieas nos contornos. To– mam a benção à Virgem, espiritualmente, encomen– dando-se à sua proteção num soliloquio cheio de .fé e amôr. Assim, o fervoroso prazer de ir à moite ao "arraial", como ainda se charna a praça Justo Cher– momt, onde se levanta a Basílica, é laico, pitoresco • '

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0