MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

C 0 S MOR AMA 116(\.\.~ smalar o hangar da Panair, colchete de alum;nio e\~ aço da navegação aérea que liga. os Estados Unidos da América do Norte ao Pará e ao Brasil. Há que ver a tela em questão para se ajuizar o sentido fisica d0s depositos de aéronaves, oficinas de repa- ros · da emprêsa, arredores paisagisticos do cenario, e a rampa de cimento-armado que leva no declive o trolley para mergulhar nas aguas e de lá trazer no dorso a águia metálica a ponto enxuto. Só isto? N]ão. Georges Wambach afoga-nos a curiosidade em outros lances de ~quarela. As areias do Murubira e do Chapeu Virado revelam a natu– reza das nossas enseadas b~nearias na flagrante policromia do flumen beijando a terra. Na pri– meira, um coqueiro de lindas plumas verdes, cheio de frutos, tendo à sombra uma silhueta d~ mulher que oll'la para o alto, equivale à prova da magia dessas pupilas que enxergam certo e firme. Na segunda, uma árvore vetusta, de rizomas ) em seiipente à flôr do solo, como cque. a desertarem do tronco, autentíca a selva das regiões do Salgado. Em aml>as, por motivo da estação invernosa que já entrou, o contacto das aguas com as dunas recorda um adereço de perolas no çolo nú duma bacante adtmnecida. O fio prateado desse colar mal sintila no seio claro da praia. Não se vê mais a onda grossa e alta do tempQ sêco a queb11ar no vortilhão fFago– roso da ventania, a se enrolar à maneira dum ·ca-

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