MORAIS, Raimundo. Cosmorama. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1940. 148 p.

J, • . ... 114 · RAIMUNDO MORAIS .. •Se-ia que o leque de s-ua vista, ao decompor os raios luminosos do seu exótico .poliedro de cristal, car– rega maciezas de veludo e agressividade de lança guerreira. A tocha meteórica do fogo-santelmo me– tamorfosea-se-lhe às vezes no álgido lume do piri– lampo. Após os rdois palacios referidos, volta-se o pin– tor para a deca V:êr-o-peso, surpreendendo aí, atra– cadas ao mólhe, centenas de canôas a vela. Desde o barco da comtracosta, armado a ya:Jch, dois latinos e bujarrona, até a montaria a remo, com escalas pelas vigilengas, que o pincel wambacheano estereo– tipa com rara semelhitude. Esse quadro marginal, invariavlemente reproduzido pelos pintores que nos visitam, é um dos melhores do excursi@nista belga. Não se ficou ele, porém no retángulo escavado no defurum litoraneo da cidade. Copiou tambem do largo um trecho do caes do porto, assombro de rea– lismo. V:êem-se atracados à muralha um transa– tlântico, alguns gaiolas, rebocadores. Várias velei– ras, pano enfornado pelo Marajó, singram a li>aía. E', sem duvida, o mais vivo documento pitórico do paisagista. Por detrás dessas embarcações, grim– pando no ar, repontam eminencias furando o firma– mento : tôrres, chaminés, tanques em ~elas. Não se quêda aí, todavia, o malabarista cromá– tico chamado Georges Wambach. Desce para o morte e vai, ainda na ourela da nossa metrópole, as-

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