HUBER, Jacques. Contribuição à geographia pysica dos furos de Breves: e a parte occidental de Marajó. [S.l.]: [s.n], [19..?]. 52 p.

38 Furos ele- J}reves I Sapotacea ), uma arvore alta de folhas lanceoladas e tus~ trosas e rica em leite, fornecendo tambem fructos comes– tíveis; mas as suas folhas e os seus- galhos são oppostos e o leite, ern vez de servir na industria , é, na medicina popular, considerado como um poderoso remedia con– tra golpes , feridas etc. e, tomado internamente, contra affecções dos pulmões. E' claro que, de todas as arvores que compõem a vege– tação das ilhas entre os furos, só aquellas que crescem tambem nas beiras mesmo dos canaes são de estude fac il. Devido á abundancia de luz na beira d'agua, estas arvores pódem ramificar-se desde a base e produzir flo– res e fructos em abundancia. Ellas tomam então mais ou menos a feição de grandes arbustos, cujos galhos infe– riores se curvam sobre a agua, sendo muitas vezes par– cialmente immersos durante as enchentes, e ficando cobertos de uma fina camada de tijuco, que, enxu– gando durante a vasante, marca bem a linha da prea- 1nar. Talvez a mais typica d 'estas arvores-arbustos das bei– ras dos furos é a mamorana (Pachira aquatica Aubl. J, Bombacea de folhas digitadas d\1m verde escuro, com flores brancas ou levemente rosadas de petalas e de esta– mes niuito cornpridos , e com grandes capsulas lenhosas bruno-avermelhadas, esta arvore , mesmo plantada em terra firme , onde chega a um t amanho respeitavel, tem sempre a tendencia de curvar o seu tronco. Na beira dos furos, o t ronco fica completamente deitado sobre a agua, · ramificando-se geralmente á maneira de um arbusto. Em t odos os furos se encontram, muitas vezes alternando com os aturiás e as aningas nas convexidades das beiras, -estes arbustos debruçados sobre a agua. Mas a maioria das arvores-arbustos cresce nas bei– ras n1ais abruptas, onde nem o aningal nem o aturiazal acha condições favoraveis de existencia. Nos trechos di– r eitos dos furos e nas concavidades onde as arvores gran– des não se elevam directamente com o seu véo de trepa- · deiras, encontra-se a vegetação das arvores-arbustos so– bre largos espaços, formando um baluarte de verdura, co– brindo , pelos galhos debruçados sobre a agua, a linha da beira que fica atraz, difficilmente attingivel para quem quer desembarcar. Esta forma de vegetação só se explica pelas condições hydrographicas especiaes da região dos furos : correnteza relativamente fraca e oscillações pou- .. •

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