HUBER, Jacques. Contribuição à geographia pysica dos furos de Breves: e a parte occidental de Marajó. [S.l.]: [s.n], [19..?]. 52 p.

36 Furos de Breves e perto de Bréves vi um exemplar cujo tronco tinha ao menos um metro de diametro. Na região do Ararná encontramos, nas beiras do furo, mais uma especie de seringueira, chamada pela gente de serin ga-r ana ou ser i nga-n1a n gue. Arvore do tamanho da seringueira branca, ella se distingue entre– tanto pela ramificação mais densa e pelas folhas mais grossas, geralmente mais escuras (r) dispostas em posi– ção quasi vertical, com a ponta para cima, emquanto que na seringueira branca os foliolos são elegantemente curvados para baixo. Tambem a forma dos folíolos é muito caracteristica : são oblongo-obovados muni– dos d'uma pontinha obtusa, muitas vezes quasi imper– ceptível (os folíolos da seringueira branca têm sempre uma ponta bem desenvolvida e afinada ). Esta especie é, como pude convencer-me pela comparação con1 amos– tras provenientes da Guyana franceza, a Hevea guya– nensis de Aublet, primeira especie elescripta elo gene– ro Hevea e a unica á qual se pôde applicar o synonymo ele Siphonia rlastica Pers. tantas vezes usurpado para a nossa Hevea brasiliensis (synon: Siphonia brasiZien– sis Willel. ). E' um facto curioso que o latex el'esta arvo– re, que muitas vezes foi citada como fornecedora prin– cipal ela gomma elastica, é pouco abundante e não se presta quasi para a extracção ele borracha. Não sei se a seringueira-mangue existe em outros logares do baixo Amazonas fórn ' cla região elos furos. Informaram-me aue em certos furos cresce, além elas especies enumeradas, uma seringueira barriguda, differente da elos lagos (que é a Hevea Spruccana Müll. Arg.) de tronco direito e muito alto, engrossado na parte inferior. Não me foi possível encontrar um exemplar d'csta arvore, que aliás não daria, segundo me informaram, um producto utilisavel. Ao lado cl'estas especies que, não só na physionomia da paisagem como tambem na economia da região, têm um papel importantíssimo ha um certo numero de arvo– res que, sem ter uma importancia tão grande, primam ao menos em certos trechos dos furos pela frequencia dos indivic.luos. N'esia cathegoria entra p. e. o taperebá (Spondias lutea L. ), que é muito frequente na secção septentrional do Tajapurú, facilmente reconheci vel pelos seus galhos obliquos na parte inferior, extendidos hori– zontalmente na parte superior e guarnecidos de grandes I ,.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0