HUBER, Jacques. Contribuição à geographia pysica dos furos de Breves: e a parte occidental de Marajó. [S.l.]: [s.n], [19..?]. 52 p.

- 10 Furos ele Breues · Como fiz en1reYer mais acima, é provavel que durante a enchente o furo Tajapurú, recebendo do norte as aguas represadas do Amazonas e sendo elle mesmo repre– sado na sua secção meridional pelo fluxo do Pará, des– peje uma parte das suas aguas nos furos trnnsversaes que o ligam com o Jaburú e tal\·ez mesmo pelo Aturiá no rio Macacos. Assim se explicaria que os encontros d 'agua n'estes dois furos (Jaburú e Macacos ) se acham mais qo norte do que se deveria suppôr tomando em con– ta a massa d 'agua do Amazonas e do rio Pará r especti– vamente. Entretanto não póde haver duv ida de que o Tajapurú despeja no Pará, ao menos durante a maré vazante, uma grande porção d'agua recebida do Amazonas. A prova se acha no facto de, mesmo nos furos me– riclionaes, onde as m,ués provocam correntezas contra– rias, a vasante durar mais ten1po que a enchente, sendo tambem a correnteza mais forte. Um calculo muito sim– ples apoiará esta asserção: Segundo o Capitão José da Costa Azevedo (Barão de Ladario ), «Trabalhos hy drographicos do Norte do Brazil», Carta do Amazonas, 10ª folha , (1S62-1864), o rio dos Bréves t em, em frente ela v illa ele Brév-::s, uma correnteza,:le 2' ou 66 cm na vazante, que dura 7 horas , de r,s· ou 49 ,5 cm nc1 enchente, que dura só ~ horas. Aclmittinclo que o rio elos Bréves t enha uma largura de 200 m e umJ profundidade media ele IO m , o que pro\·ayelmente fi c;1 ab:lixo d ,1 r ea lidade, chegamos pelo calculo ao resultado ele que clur,rnte uma vasante passam, em frente de Bréyes, 33.264.000 metros cubicos d'agua, emquanto que, durante a enchente, pas– sam só 17.820.000 metros cubicos . O rio Pará recebe por conseguinte a cada vasante o excesso de 15.444.000 metros cubicos d'agua, que com certeza vêm na sua quasi totalidade do Amazonas. Contando , para o con– juncto elos [uros mericlionaes, o quadruplo d'esta quanti– dade, e que com certeza não é exagerado, chegamos a mais de 60 milhões de metros cubicos cl'agua que o Amazonas despeja pelo Tajapurú no rio Pará dtmtnte uma vasante. Posto mesmo que durante a enchente nem uma gotta d'agua passe elo Amazonas ao rio Pará, t emos aqui uma contribuição importante do Amazonas para o estuario do Pará. Pouco nos importa por ora se esta m.assa d'agua é superior á fornecida pelos mune- • ..

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