CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.

branda melopéa, que fazia pensar nas yaras. Frascos de vinagres ca– ros aromatizavan1 de essencias o ar humido. E o amplo espelho do fundo, - a um canto do qual De Angelis, o pintor sacro-mundano, traçara, com o seu pincel malicio– so, uma adoravel nudez de cabo– clinha com feições de archanjo, - expandia a polida superfície, como n'um enorme bocejo de im– paciencia, á espera d'ess'outra nu– dez animada, que estava para vir confiar-lhe as suas mais capitosas intimidades. Despiu-se Paquinha, qual um automato. As mãos 1 errantes, des– abotoavam e deslaçavam, sem se– gurança; o espirito, alheado, va– gava longe, contornando de oscu– los mentaes a imagem ausente de Julio. Só a sensação da agua fria trouxe Paquinba ú realidade. Com certeza, amava ao rapaz. E, alfim convencida, disposta também a conquistal-o, entregou-se, co1n re– dobrada attenção, ao preparo de lodos os artificios ela galanteria fe.

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