CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.

53 imagem, sempre meiga e adorada, da sua querida Maricota. Parecia– lhe que a voz da rapariga, n'esse primeiro colloquio já realizado com o assenso da familia, e por isso dotado de um sabor novo, possuia inflexões desconhecidas, entonações extranhas, um avellu– dado espesso como o refresco do assahy. Á moça, entretanto, como que um pensamento fixo a preoccupa– va. Duas vezes já, deixara sem resposta, ou respondera demora– damente, a uma apaixonada inter– rogação do noivo, ternamente se– gredada em tremulo balbucio de emoção. Notou-o o velho padre, ao ob– servai-os de longe. Erguendo a voz, perguntou-lhe n'um sorriso: - Que tens, filha? Em que pensas? E a Maricota, levantando-se de ao pé cio noivo, acercou-se ela fa– milia e: - Penso, explicou, que por ser hoje dia ele Natal, o sr. padre bem

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