CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.
29 Quando leYantava a cabeça, An– tonio fixou o olhar n'um ponto da parede e teve um calafrio : pendente de um prégo, estava a espingarda e este facto arredava a hypothese de ter ido o pequeno á caça. Mas então, por onde an– dava elle? Terrível suspeita ergueu-se-lhe ao fundo do espirita, confrangen– do-lhe o coração. Se tiYesse mor– rido? ... Era impossível! O rapaz ia voltar, com certeza. Entretanto, não ficou tranqi;illo, embora tra– tasse ele distrair -se, preparando um cigarro e apagando a candeia. Lá estava um pezar desassocega– do, agachado no recondito elo co– ração. Veiu apressaào para fóra. Seus olhos percorreram a praia, n'um relance: tudo deserto. Nas dunas n1ais proximas da floresta, a Ye– getação rasteira havia sido lavada e sorria na brandura do seu vêrde tenro. Á beira do rnatto, as gran– des an;ores retorciain immoveis os sombrios mmculos nodosos, to-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0