CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.

28 nrnrios do exterior. Urna ·grande calma devera ter substituído o im– peto desordenado da tornrnn ta, porque o mar tinha agora ondula– ções regularissimas, denunciadas pelo prolongado arrastar das rn– gasinhas preguiçosas. A floresta jazia entorpecida, sem um silvo de passam, como reconcentrada na volupia do grande banho da noite. Demorados minutos quedou-se assim aquelle homem, immovel no solo, junto á rêde do desco– nhecido. Sua attenção, affe1ta á dela na costa, seguia, pelos ar– rnidos que atravessavan1 as pare– des da cabana, o ,·ac-vcm da onda socegada. Ao cabo de longo tem– po de applicação, tornou a lem• brar-se do filho, que não Yoltara. Teria ido arriscar um tiro por per– to, no matto? .. Ergueu-se então Antonio, foi espreitar o rosto do naufrago, que dormia sempre, mergulhado n'um grande somno febril, com a perna assustadoramente inchada.

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