CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.
n'elles a alma « na livre expansão da sua illimitada sinceridade e de todas as for– ças affcctivas que possuc ». São dedica– dos pelo auctor a sua esposa, « o amparo dos seus desanimas, o jubilo dos seus dias prazenteiros ». A nota dominante do livro é toda de tristeza e de melancolia. Através de suas paginas percebe-se a saudade, a dôr, o desespero, o horror a tudo quanto não é puro, a tudo aquillo que resulta da falsi– dade, da mentira, do convencional. Col– loca<lo em meio das florestas virgens do Amazonas, vivendo a vida simples dos habitantes d'aque1las paragens encanta– doras, que outra iJnpressào poderia be– ber o auctor em tão suggestiva situação, senão a impressão do bom, do justo, do sentimental? D'ahi a naturalidade com que o lino foi cscripto, sem grandes arreganhos de fónna, embora n'um ou n'outro periodo a gente fique a suppôr que :\!arques de Carvalho pende para o falso neplzehba– tlSmo. InduLitavelmcnte a naturalidade é uma das primeiras qualidades do es– criptor, sem.lo que os livros que mais sue– cesso causam, são justamente aquellcs cm que o estylo, sempre correcto, sem– pre bcllo, não ultrapassa as raias do es– pontaneo, do natural, para caír no ridi– culo das adjectivações estrambolicas, retumbantes e rnalsonantcs. Lê-se com prazer os onze contos conccbi<los « entre as nymphéas, na re– gião dos nenuphares e da Victoria Ré- 4
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