CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.

te o chapeu, fugiu precipite rua adeante, até á avenida. Ali, ao menos, estava fóra da socerina al– çada. Safa! A vista da estatua suscitara-lhe a nostalgia da liberdade. Relan– ceou um olhar pelo passado, desde a sua chegada a Belém e pasmou de ainda sentir dentro de si o que se chama un1 coração e urna alma, após soffrirnentos tão longos e ta– manhos. Onde teria elle o bom– senso, já revelado desde a adoles– cencia, quando commetteu a le– viandade de casar com Luiza? Nada o libertaria agora, porque a sua inteireza de animo, a sua cor• recção nativa lhe vedavam o su– premo recurso da fuga. Prendiam– n'o ao cêpo abençoadas cadeias: os filhos, que eram os doces élos ligando o seu alvedrio á desdita. As creanças ! Elle também fôra pequenito, descuidoso e travesso infante, nas an1plas veigas lon1bar– das, rescendentes a rosmaninho. Creara-o a inexgoltavel ternura da velha mãe, e tinha sido ao som

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