CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.
l 3 l illuminado; e o servente, fatigado alhm de ordenar mesas e cadeiras que ningnén1 desarrumava, ia tos– canejando, 1nesmo de pé, escorado ú cêrca de un1a das mangueiras. Cessam de todo o movimento de transeuntes. Os demais cafés da avenida haviam fechado. Pelas ja– nellas abertas do Universal, des– ciam ondas da illuminação dos salões desertos. Nos dois passeios, varredores urbanos passavrnn so– bre o cimento, en1 largos gestos, longas vassoiras de sacahys. E bem adeante de si, viu Sill'erio, ao meio do enorme quadrilongo, com o pedestal rodeado de ful– gurantes globos electricos, erecta no alto da desproporcionada co– lurnna, a estatua da Liberdade, emergindo por sobre a folhagem da arborisação. - Liberdade! Não ser eu tam– bém livre! murmurou suspirando. E, mau grado o seu empenho em distrahir as idéas, voltou a con– centrar-se nas maguadas recorda– ções da propria desgraça.
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