CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.
130 frescar o cerebro na suave tran– quillidade da noite, em plena praça. Tirou o chapeu, conservan– do-o na mão direila e ex tendeu os braços pelo espaldar do banco. A cabeça, de largas entradas, pen– deu para traz: dir-se-ia um cruci– ficado; e o olhar foi ao alto, era• vou-se na insond,avel amplidão do espaço, ao fundo da qual phospho– resciam es trelias, aos milhares. Afundou-se então na tremenda re– viviscencia dos seus infortunios. - Lá vae ella outra vez, bra– dou alguém, á direita. Silverio, com um estremação, voltou á vida exterior, buscando descobrir quem falava. Era o co– cheiro, - o Cadete ou o Bruzegas, -á porta do Club, encarapitado na bolêa, a denunciar em solilo– quio cada intermissão na luz do fóco electrico mais proximo. - Feliz mortal, murmurou Sil– verio, invejoso da despreoccupa– ção d'aquelle homem. O Riche, a cuja por ta cabecea– "ª o proprietario, estava sempre
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0