MARANHÃO, Haroldo. Chapéu de três bicos. Rio de Janeiro: Estrela, [1980]. 43 p.
O s fatos precipitavam-se perigosame~ te quando um gato c inzento me sa.lvou~ Ir além ou retroceder - urgia tudo operar– se num instante, sem mais dúvidas,sem mais a paciência de cada coisa posta em seu 1m gar : dre z. pada: como se movem calmas as peças do xa A decisão impunha-se. Vivia a premência de ser a mao dece porque entrava a inchar, çomo luva de borracha que se vai soprando, entu.lhada de artéria s que cresciam,ve r mes gordos mu1 tiplicados na angústia do espaço, e estabe le cendo pela fric ção, de bichos inquietos, pe lo sangue quase empo çado na área palmar e nas cinco vias tortas, aquel. e níve.l _fe bri l avaliado em ritmo compulsivo. Sim, houve quem duvidasse da delibe ~ raçao de ainda assim salvar o repu.1.sivo a- pêndice, sem mais funç ão preênsil, quancdlo mai s não fosse pelo desconforto p1á s tico da fenda na geografia do corpo, impre s tado a bsolutamente para agarrar caneta ou g;arfzo, percorrer a pele amante com a antiga sab~ dor ia, folhear veloz o catálogo de telefo ne s, obter alfinetes, lavar, untar, pente– ar os cabelos, beber firme o uísque, qU1.a:Se projetando o gole à garganta sem molllar as paredes da boca, apertar mãos a lheias e sa
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