MARANHÃO, Haroldo. Chapéu de três bicos. Rio de Janeiro: Estrela, [1980]. 43 p.
~ çao por um conto, era dinheiro; naquele te!!!. po a isso se chamava cavação. O pessoal pensou que ele era viado, embora se supo– nha que comunista não possa' ser viado, por que, não sei; de qualquer forma, comunista agora ele não é mais,vivou monarquista, vi ve catando retratos e documentos do avô ba rão do Império. Acho que chegou a hora de deitarmos luz de duzentas v ;eJ.as n.o sombrio e confuso relacionamento nosso. Enfim, me desgostam as- indefinições, a sombra sobre à luz; é ~ a razao por que abomino pondo-se boite: gosto de ver o bife, a faca o de cepando, a cor e o corte das batatas. Con fe ssadamente tem quarenta anos e ele, diz la, trinta; ou seja: provaveJ.ment ,e acres centará no sueco os anos que de si mesma scamoteia, a viúva peludona como aprecio me babo. Julien Tabac chegou com novida s, pedaços de rua, ladeiras de Sabará, mares verdes, rosas-de-todo-ano num vaso cristal, coqueiros dobrados p~1o vento, o adro de igreja pobre, frutas da estação uma salva portuguesa. - Me diz, f'ala;qual o artigo do dia? Uma porca d ,e três quar .... tqs de polegada ou um marta.lo especial che gado do Japão? Eriça as unhas,transf'orman- o-as em dez punhais; e empina o nariz e 33
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0