MARANHÃO, Haroldo. Chapéu de três bicos. Rio de Janeiro: Estrela, [1980]. 43 p.
do de um cinema em Maceió, vasta como o ae roporto . de Nova Iorque: quase lhe peço a 1 bênção.· "A bênção, mamãe". ~ 'Ela nao res- pondeu mais. Estava nos meus braços, sacu di-a, nenhuma reação. Pus~ram-lhe espelho ~ colado à boca, nao se embaçou; alfinetaram lhe a palma de um dos pés, sem qualquer re a ção também. Injetaram-lhe um líquido no a bdômen e o líquido refluiu para a serin– g a: estava morta e eu saí louco e em pra~ tos pelas ruas. A.lbignone. Quinteto para oboé e cordas: dele me lembrei e isso alar mou-me, receiando pela minha sanidade: um c ompleto fodido de ~ maos e pés amarrados lembrar-se de Albignone. Teriam me tortu rado botando ao máximo volume, o Quinteto de Albignone? Não. Esses quadrúpedes ou vi ram lá falar de Albignone?!, nem o coman dante poltrão. Resistiria a novos e 9 panc~ mentos? Pensei, firme, em Giuliana Isf~án de Martínez; em Júlia. Iam me matar, iam me matar. De relance~ divi s e i os con t or - n os, o volume, as cores d e meus obj e tos mais queridos ; aquele marcador de l ivros de marfim, lâmina breve, q u e nunc a u sei e que às vezes encontro entre papéis ,e me d á prazer. Voltaria a sentar na poltrona veE de-musgo para ler meus livros? O bilhete 2 3
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