MARANHÃO, Haroldo. Chapéu de três bicos. Rio de Janeiro: Estrela, [1980]. 43 p.

ria : Júlia ali estava. Não soul>cmo t-i c, 111 i tir um som sequer , bloqu e adas as palavras na laringe. De qu e forma explicar-se, lo menos naquel e momento nosso, determj na – do s estímulos do comportamento? S e r ia d o u por que tentasse ela desembara ç a r -s e da s tenazes de osso e cartilagem qu e a i mobili zav am, correndo para o · s e u homem f e rido a d o i s metros, e no entanto impa s síve l d ei - x ou ficar-se, o pavor a lhe soldar ao solo, sonada como os pugilistas os p és quando s ocados na cabeça. Agarrando- a p e lo b ra - ç o, Indio empurrou-a para o centro do qua E t o. Quis levantar-me, inútil ~ rea ç ao do 6d i o amarrado; a selvageria punha-me alucl n ado, se me soltassem esmurraria o bandi- do. Compreendendo, o filho da puta nel a a plicou demorada palmada na bunda, prem_i_u- lhe as carnes queridas e riu patifamente: para me magoar mais que tudo. Fiz um e s- f orço, que me queimava de dor o corpo e a alma, desejava o impossível; desfaleci. Desfalecia, acordava, tornava ao so- no, à vigília tornava, nos fluxos, reflu- xos, só que vagarosos e arrítmicos, das ma rés. Não sei o que fez lembrar-me de Iza- bel, tínhamos oito?, nove anos?, numa va– randa do colégio esperávamos que fa,sem bus 19

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