MARANHÃO, Haroldo. Chapéu de três bicos. Rio de Janeiro: Estrela, [1980]. 43 p.

~ pernas, nao cons eguia i mp or-1.i ,c: s qualquer moviment o , mui tos quil os pesavam,o ato me~ mo de pensar d oía . Enxergava precariamen- te, ma i s i maginava do que distinguia; ador meci. Quando tornei a mim, achava-me dei tado n a c ama , o cheiro enjoado - mas h ospital não seria, isso logo éter?, consta- tei . Para mim u m mínimo de força readqui- rida significava a onipotência: comandan~e - dos meus sentidos, sab ia as coisa s à volia, situava-me, embora f i sicament e reduzido à s emi i mobilida de . prio uma anamnese: Deliber e i efetuar eu pró sem maior fadiga re- const i tuí nomes, datas, lugares, identifi– quei os obj e tos que me cercavam, já podia · r olar os olhos nas órbitas, sem entretanto suspeitar do local onde me acoitavam, a es pécie de casa e em que bairro ou convalescia. Convalescia? Indio, nha, Gravatá: nomes familiares que O Comandant e . Mãozinha: alusão às de fera embutidas nos punhos. - Te serve aí, Mãozinha. cidade Mãozi- ouvia. patas A frase veio-me nítida, eu a escuta- ra certamente, e sepultada ficou tempo? - Te serve aí, Mãozinha. quanto Er~m muitos, revezavam-se, sempre vi 16

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