Frazão, Carlos. Castanha do Brasil. Belém: [s.n.], 1935. 73 p.

12 O volume da exportação já attingiu á apre– ciavel cifra de seiscentas e sessenta e oito tonela– das metricas, produzidas por doze a treze mil hectolitros. A castanha do Brasil é livre da peste de in- · sectos mas não está immune de uma especie de cogumelo, que se localisa fóra da ,casca e, procu– rando alimento, se vae introduzindo pelos minus– culos poros e nessa marcha vae tornando os teci– dos da castanha em uma substancia de cheiro fétido e da consistencia do pús. O unico remedia para esse mal está na ri– gorosa e constante ventilação e é assim que du– rante as viagens transoceanicas é a castanha dia– riamente virada por pessoal especialmente engaja– do para esse fim o qual, conforme os reclames chamando volúritarios para ~ Armada, " é pago para ver o mundo". A exportação do ouriço é prohibida por uma Lei Federal na persuasão de que é o mesmo instru– mento germinador da semente. Isso não é facto , pois já se teve occasião de constatar a bordo das alvarengas e navios fluviaes castanhas soltas em processo de germinação, tornando-se sómente necessario que se as conduza a solo proprio para que de facto germinem. O auctor destas linhas já teve occasião de crear algumas por este pro– cesso. A colheita e a exportação da castanha do Brasil tornaram-se uma industria perfeitamente or– ganizada e constituem hoje uma das principaes fon– tes de renda para os Governos da Amazonia , já tendo mesmo supplantado a da borracha .

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