Frazão, Carlos. Castanha do Brasil. Belém: [s.n.], 1935. 73 p.
10 golf-club) nasce e o uso do qual é adquirido logo na primeira infancia. O restante da bagagem consiste em apetre– chos caseiros, como sejam: redes, paneiros, potes, panellas, latas e etc., além de farinha, café, assucar. Com esta carga enche elle sua montaria (pequeno canoe) capaz de ser impulsionado atravéz de la– gares de muito pouco calado; assim elle com sua familia remam dias inteiros rios ou igarapés acima até que chegam a um local conveniente e perto do castanhal a ser explorado. Ahi, perto da mar– gem, constroem uma habitação rustica, composta de alguns esteios com folhas de palmeiras que servem de paredes e tecto. Uma vez estabelecida esta habitação tempo– raria dão inicio á abertura, a terçado, de um caminho que atravéz da matta os conduza ao cas– tanhal. Este alcançado, com toda a presteza e com os olhos fitos no alto, inicia elle o serviço da colheita que é feito com a ponta do terçado, que junta os ouriços do solo atirando-os para um cesto que traz ás costas. Cheio, este, é con– duzido para um local abrigado onde são os ouriços abertos pelos restantes componentes da familia. Esta operação consiste numa forte pancada dada com o proprio terçado sobre a tampa do ouriço, o qual aberto permitte a sahida das . castanhas que são d'ahi conduzidas ao abrigo. Logo que existe uma quantidade de .casta– nhas que permitta um carregamento, são ellas conduzidas para o ponto mais proximo onde pos– sam ser negociadas a troco de mercadorias, nas
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